Nelson Rodrigues

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Nelson Falcão Rodrigues (1912 — 1980) foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro.
Se auto definia como:
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino)."

O que mais dizer desse pernanbucano que cresceu e viveu no Rio de janeiro por toda a sua vida e fez da dramarturgia o seu canal de expressão? A sua obra fala por si.

Características da obra

O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava.
  • suas peças são como romances em forma de texto teatral;
  • Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, ele criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento,
  • Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos;
  • O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo;
  • O erotismo está presente na sua obra o que lhe garante o título de realista.  Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como "O Primo Basílio", e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano.

Teatro

Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as peças seguem o plano de publicação:
Peças psicológicas
  • A mulher sem pecado
  • Vestido de noiva
  • Valsa nº 6
  • Viúva, porém honesta
  • Anti-Nélson Rodrigues
Peças míticas
  • Álbum de família
  • Anjo negro
  • Senhora dos Afogados
  • Doroteia
Tragédias Cariocas I
  • A falecida
  • Perdoa-me por me traíres
  • Os Sete Gatinhos
  • Boca de ouro
Tragédias Cariocas II
  • O beijo no asfalto
  • Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
  • Toda Nudez Será Castigada
  • A serpente

Ordem cronológica

Estreias das peças (todas no Rio de Janeiro)
  • A mulher sem pecado - 1941 - Direção: Rodolfo Mayer
  • Vestido de noiva - 1943 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Álbum de família - 1946 - Direção: Kleber Santos
  • Anjo negro - 1947 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Senhora dos Afogados - 1947 - Direção: Bibi Ferreira
  • Doroteia - 1949 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Valsa nº 6 - 1951 - Direção: Milton Rodrigues
  • A falecida - 1953 - Direção: José Maria Monteiro
  • Perdoa-me por me traíres - 1957 - Direção: Léo Júsi
  • Viúva, porém honesta - 1957 - Direção: Willy Keller
  • Os sete gatinhos - 1958 - Direção: Willy Keller
  • Boca de ouro - 1959 - Direção: José Renato
  • O beijo no asfalto - 1960 - Direção: Fernando Torres
  • Bonitinha, mas ordinária - 1962 - Direção Martim Gonçalves
  • Toda nudez será castigada - 1965 - Direção: Zbigniew Ziembiński
  • Anti-Nélson Rodrigues - 1974 - Direção: Paulo César Pereio
  • A serpente - 1978 - Direção: Marcos Flaksman

Romances

  • Meu destino é pecar - 1944
  • Escravas do amor - 1944
  • Minha vida - 1944
  • Núpcias de fogo - 1948
  • A mulher que amou demais - 1949
  • O homem proibido - 1959
  • A mentira - 1953
  • Asfalto selvagem - 1959 (também conhecido como Engraçadinha)
  • O casamento - 1966

Contos

  • Cem contos escolhidos - A vida como ela é... - 1972
  • Elas gostam de apanhar - 1974
  • A vida como ela é — O homem fiel e outros contos - 1992
  • A dama do lotação e outros contos e crônicas - 1992
  • A coroa de orquídeas - 1992

Crônicas

  • Memórias de Nélson Rodrigues - 1967
  • O óbvio ululante: primeiras confissões - 1968
  • A cabra vadia - 1970
  • O reacionário: memórias e confissões - 1977
  • Fla-Flu...e as multidões despertaram - 1987
  • O remador de Ben-Hur - 1992
  • A cabra vadia - Novas confissões - 1992
  • A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol - 1992
  • A menina sem estrela - memórias - 1992
  • À sombra das chuteiras imortais - Crônicas de Futebol - 1992
  • A mulher do próximo - 1992
  • Nélson Rodrigues, o Profeta Tricolor - 2002
  • O Berro impresso nas Manchetes - 2007
curiosidade
  • Nos anos 1970 foi consagrado jornalista e teatrólogo;
  • Nelson sempre apoiou a ditadura militar; entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho tornou-se guerrilheiro e passou a viver na clandestinidade;
  • Neste período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza;
  • Nelson faleceu numa manhã de domingo, em 1980, aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo".
  • Dois meses depois de sua morte, Elza atendia ao pedido do marido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".
Fonte: wikipedia

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GRACI CRUZ É Graduada em Licenciatura Plena em História/ UESPI; e em Artes Visuais/UFPI. Experiente na área de Artes Visuais, especialista em aquarela, amante do Teatro (Contadora de história e atriz profissional – DRT/PI, Registro n° 238/2005). É professora/ pesquisadora na área de História e Arte com foco na educação. Morou de 2006 a 2009, fora do Brasil, nas Antilhas Holandesas – Caribe; ampliando o contato vivencial com outras culturas. Fala inglês e espanhol com fluência. Editora do blog: www.sitok-sitak.blogspot.com onde publica artigos e informações sobre arte e cultura. Conheça também o projeto @museu.imaginário (IG) Instagram/ Portifólio: @graci_cruz1
"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."